Aborto: Aguardar ou fazer a aspiração? - Dra Fernanda Guttilla - Ginecologia - Obstetrícia - Reprodução Humana
Aborto: Aguardar ou fazer a aspiração?
por Dra Fernanda Guttilla
Aborto: aguardar ou fazer a aspiração manual intrauterina (AMIU)? A taxa de aborto é cerca 20%. Está relacionada com a idade da mulher e pode checar a 50% em pacientes com mais de 44 anos. Não há aumento da taxa após ciclos de fertilização in vitro. Em 80% dos casos, ocorre antes das 12 semanas. Em alguns casos não há sangramento ou expulsão do saco gestacional e o diagnóstico é feito por ultrassom (ausência de batimento cardíaco do embrião).
Sugere-se ao casal duas opções: aguardar que o processo ocorra naturalmente ou realizar a aspiração manual intrauterina. Difícil decidir, principalmente depois do choque e tristeza ao receber a notícia. A decisão não precisa ser imediata. O luto tem que ser vivido.
Por que aguardar?
Primeiro porque a grande maioria das pacientes irá expulsar o saco gestacional espontaneamente nas primeiras 2 semanas após o diagnóstico. Além disso, a ideia é evitar um procedimento que envolve riscos (estatisticamente baixo): anestésico, sangramento, perfuração uterina, infecção e sinéquia uterina – que são aderências no endométrio que poderia dificultar uma nova gestação.
Por que fazer a aspiração?
Pela angústia e tristeza de estar grávida mas saber que não vai evoluir, por não saber quando o sangramento vai ocorrer, porque a dor é intensa, porque pode resolver e logo pensar em uma nova gestação e porque tem a possibilidade de fazer análise genética no material do aborto.
Estudo recente (Influence of surgical evacuation on pregnancy outcomes of subsequent embryo transfer cycle following miscarriage in an initial IVF cycle: a retrospective cohort study) mostra que pacientes que abortaram após o primeiro ciclo de fertilização in vitro e fizeram a aspiração apresentaram uma diminuição na espessura endometrial (sem diferença estatística nos casos <8mm) quando comparadas a pacientes que aguardam a expulsão espontânea. Porém não teve diferença na taxa de gravidez no segundo ciclo de fertilização in vitro.
É importante entender os medos e apoiar a decisão do casal.
ATENÇÃO: CONSULTE SEMPRE O SEU MÉDICO.
As informações contidas neste site não devem ser usadas para automedicação e não substituem, em hipótese alguma, as orientações dadas pelo profissional da área médica. Somente o médico está apto a diagnosticar qualquer problema de saúde e prescrever o tratamento adequado. Ao persistirem os sintomas, um médico deverá ser consultado.
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